Ninguém pode alcançar o sofrimento da namorada de Gabriel Diniz. Nem com uma escada formada de lágrimas.
O cantor morreu em queda de avião monomotor na segunda (27/5), quando queria economizar tempo para comemorar o aniversário de 25 anos de Caroline. Desejava preparar uma surpresa.
A morte não poupa sequer o aniversário de alguém. Não aguarda que soprem as velas, que vire o pêndulo da meia-noite, que se abram os presentes. Ela não ama ninguém para dar desconto, sobrevida, perdoar atrasos.
Caroline terá que ser forte para entender que não foi sua culpa, que ela não é responsável pelo fim precoce de sua paixão, que a morte é desse jeito, desajeitada, imprevisível, arisca, arrogante.
Terá que ser forte o suficiente para vencer o trauma com paciência e comemorar as suas idades nos próximos anos. Porque os 25 anos foi obrigada a pular, a passar adiante. Nunca fará 25 anos. Já estava ocupada demais em se despedir.
A morte tem inveja da vida. Parece que ela nos obriga a ser feliz sem pensar muito no futuro, sem se demorar para responder os afetos, sem adiar os sonhos. A morte grita em nossos ouvidos: faça agora antes que seja tarde.
Fabrício Carpinejar
Publicado no jornal Zero Hora.
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